quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Toque de Midas - Magia da Prosperidade (Parte I)

Bom, atendendo a pedidos, escrevo esse post sobre um dos tipos de energia que o ser humano mais necessita na vida: a Prosperidade.
Deixe-me esclarecer previamente o que significa Prosperidade.
Ser próspero, acima de qualquer coisa, é ser feliz, ser pleno de realizações. Quando você é próspero, você tem amor, tem saúde, tem dinheiro. Mas os mortais dão sempre mais valor ao dinheiro. O ideal é ter em mente que prosperidade é a raiz de onde brota todo o resto, o dinheiro não passa de uma conseqüência.
Temos que ter bem claro em mente que usar a magia em prol de sua evolução financeira não é errado, é saudável. Ter um certo nível de ambição é necessário, e não devemos confundir ambição com inveja, egoísmo, nem nada do gênero.
Dar uma de Gandhi ao extremo e pensar que viver só de espiritualidade é o ideal, esqueça. Você não vai conseguir descansar em paz depois de sua morte, porque o equilíbrio entre matéria e espírito é necessário a qualquer aspirante a Alquimista Verdadeiro.
Temos que ir contra esse constante auto-boicote, pois a Sombra pessoal sempre tenta se opor a tudo o que é construtivo e digno na vida. Você é seu próprio demônio e seu próprio anjo.
Riqueza não é pecado. Os Deuses criaram a energia da prosperidade para ser usada com sabedoria. O fato do homem corromper essa energia não tira seu valor primordial, que é o de promover o bem-estar e a evolução, embora seja de forma densa. Prosperar é a obrigação de todo ser humano! É a sua obrigação daqui em diante! Basta querer, pois o Querer é a chave, um dos quatro Lemas dos Magos. Você deve ser plenamente feliz, para poder trazer felicidade aos seus.
A mente programa o sucesso. Qualquer pensamento de auto-boicote põe tudo a perder, transformando a límpida água da vida no fel da morte e da perdição.
Você é o que pensa, fala, ouve, veste e silencia. Tenha isso como pensamento primordial. Na duvida, mantenha a mente em branco, que, aliás, é a melhor forma de captar mensagens angélicas/astrais.

Bom, e como a magia pode auxiliar nisso?

Antes de mais nada, saiba que as entidades que podem auxiliar não fazem milagres. Você deve sempre dar o primeiro passo e o oculto te auxilia no resto. Você abre a porta e o oculto pode te ajudar a escancará-la. Sempre peça ajuda ás entidades e divindades quando necessitar.

LISTA DA LUA DE CRISTAL

Acho que uma boa forma de começar é começar com uma lista de metas materiais a ser cumprida no prazo de um ano. O melhor momento é a primeira Lua Cheia após seu aniversário, também chamada LUA DE CRISTAL (a música da Xuxa não tem esse nome à toa). Mas aí está a questão primordial: O Querer…
Só coloque na Lista aquilo que decididamente é essencial para você e que não vá prejudicar ninguém no caminho. Você deve manter essa lista sempre próxima de você, num lugar onde ninguém possa ter acesso.

Muito importante: ninguém, absolutamente ninguém deve saber do conteúdo da lista.

Ela é pessoal e a energia mental até da mais bem intencionada pessoa pode fazer sua lista falhar, por poder do inconsciente. Lembre que esta lista pode ser adaptada a qualquer momento, adequando-a favoravelmente. Obstáculos podem aparecer no caminho, mas nunca os veja com pesar, e sim como desafios repletos de ensinamentos.
Como um grande mago disse um dia, não existem fracassos, só tentativas.

MAGIA ANGELICAL

Sempre que precisar de ajuda nos seus feitiços de riqueza, invoque a benção do Arcanjo Uriel, Senhor do elemento Terra, e invoque também Gobh, Rei do Gnomos, que regem a forças de fertilidade e da Riqueza.
Uriel, especialmente, rege assuntos urgentes. Bata um bom papo com ele. Acenda uma vela negra, unte-a com óleo essencial de canela e concentre seu poder na vela. Quando sentir o ápice de sua carga emocional, acenda a vela e recite sua lista (pode ser de forma mental também, para moldar uma forma no astral). Ao terminar, apague a vela com os dedos ou um espivetador (não assopre, o sopro só é usado para banir coisas, que não é o nosso caso). Faça esse exercício simples toda noite e não demorará a ver os resultados.

MAGIA VERBAL

Uma boa invocação genérica e poderosa para entidades em geral, é a Tábua Esmeraldina, escrito pelo Deus Hermes Trimegistos:

É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro:
O que está embaixo é semelhante ao que está em cima, e o que está em cima é semelhante o que está embaixo; por essas coisas que se fazem os milagres de uma única coisa. E como todas as coisas são e vêm do UM, para mediação do UM, assim todas as coisas nasceram desta coisa única por adaptação.
O Sol é seu Pai, e a Lua sua Mãe. E o vento o trouxe em seu ventre. A Terra é sua nutríz e sua proprietária. Esta Coisa é o Pai de todas as coisas perfeitas do Mundo. Sua força ou poder permanece intato, se é transformado em terra. Você separará a terra do fogo, o sutil do grosso, suavemente, com grande destreza. Ele ascende da terra e desce do céu, e recebe a força das coisas superiores e das coisas inferiores. Por isso significa, você terá a glória do mundo, e toda a escuridão irá para longe de você.
É a força, forte com toda a força, porque ela vencerá toda coisa todo sutil e penetrará toda coisa sólida. Deste modo, o mundo foi criado. Deles deixará admiráveis adaptações, cujas são oferecidos meios aqui. Esta é a razão para qual foi chamado Hermes Trismegisto, ao possuir as três partes da filosofia universal.
O que eu disse do trabalho solar está completo.

AVISOS IMPORTANTES AO NOVATOS NESSA ARTE

É bom lembrar que tudo aquilo que provem da intervenção de entidades na sua vida, deve, de certa forma, ser usado com sabedoria e para o bem da raça como um todo. Ou seja, o altruísmo é o dever de todo aquele que alcança o sucesso dessa forma, como meus irmão maçons bem o sabem. E não espere nada cair do Olimpo, rsrsrs, pois o Mago inteligente corre atrás dos seus objetivos com unhas e dentes, confiante na vitória vindoura, mas não se acomodando. O Mago deve sempre se especializar no seu ramo de atividade, aprender um novo idioma, cursar uma faculdade, etc.
Um bom método de aconselhamento espiritual pode ajudar a tomar as decisões certas e usar o futuro a nosso favor. Aprenda técnicas de radiestesia, quiromancia, tarot, cafeomancia, ou qualquer outro método divinatório.

MAGIA DAS CORES

As cores exercem influencia na vida das pessoas desde incontáveis eras, do Oriente ao Ociedente, de Norte a Sul. Não é a toa que os cardeais católicos usem mantos purpuras (cor da espiritualidade), que os monges tibetanos usem mantos amarelos ou laranja (cores da alegria e mudança), que a cor da pele do deus Shiva seja azul (cor da nobreza), entre outros tantos dados.
Legal também é sempre cercar-se de tons de azul, amarelo e verde, que são, respectivamente, as cores herméticas de Júpiter, do Sol e de Vênus. Esses três planetas regem as riquezas, cada um de uma forma específica. Júpiter age nas honrarias, nobreza, altas posições sociais (daí vem o sangue azul); o Sol age nos governos de massas, na beleza, no puro, no orgulho de mandar; Vênus age no usufruto hedonista do dinheiro, no prazer, na estética, em tudo o que se refere ao amor puro e pueril. Sol e Júpiter em conjunto, propiciam honra. Lua e Júpiter propiciam riqueza.

MAGIA DA LUA

A lua exerce influencia marcante na hora de fazer um rito, e pode incidar o sucesso ou fracasso de tais práticas. A Lua Nova é indicada para momentos de inicio de projetos, planejamentos. A Lua Crescente é indcada para momentos de expansão e crescimento do que antes foi apenas planejado. A Lua Cheia carrega seus planos de poder. A Lua Minguante é usada para mandar energias indesejadas embora.

MAGIA RÚNICA

Os antigos celtas conheciam o poder dos símbolos ancestrais,e davam especial valor àqueles que foram desvelados pelo bravo deus Odin, as conhecidas runas. Uma em especial pode ser desenhada com tinta azul ou essência de canela nas suas cédulas de maior valor, para que voltem triplicadas. É a runa do dinheiro:

Quando você precisar atrair a prosperidade e conquistas em geral, use este talismã. Estando com ele, medite no seguinte: "tem três fontes que entram e três fontes que saem. O que recebemos no plano terrestre vem através do plano espiritual. É interessante lembrar que o número três no Tarô representa produção tanto espiritual quanto material. A idéia geral é sempre um conhecimento universal.

Magia dos perfumes

Os perfumes tem a propriedade de mudar a forma e eergia de nossas auras, deixando-as mais receptíveis a certos tipos de energias. Quando mos cercamos de enxofre, por exemplo, o elemental do fogo que habita o produto aniquila qualquer má vibração que possa nos cercar. Mas não precisamos de odores ruins para magia da prosperidade, e sim de aromas harmônicos. Uma boa pedida é a canela, que traz sorte e dinheiro, atrai clientes e proporciona alegria.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O que é Bruxaria - Parte I de III



A Bruxaria é a Antiga Religião dos povos ancestrais, que após quase 2000 anos de exclusão e desaparecimento, ressurgiu nos idos de 1940 com o nome de Wicca, quando foi reorganizada e restaurada por Gerald Brosseau Gardner.


Para exemplificar a origem religiosa da Bruxaria, podemos dizer que a primeira forma primitiva de religiosidade foi a Feitiçaria, que era simplesmente a prática de artes mágickas feita sem fundamento divino. Da Feitiçaria surgiu o Xamanismo, que foi a primeira Religião propriamente dita e que revelou ter um apanhado complexo de conhecimentos teológicos e práticas mágickas, tudo fundamentado na interação entre humanos e Deuses, animais, e plantas sagradas. Com o surgimento das primeiras cidades, veio o Paganismo, que deriva do latim pagani, significando “aquele que vive no campo”. O Paganismo se caracteriza por um culto estabelecido das forças férteis da Terra, para assegurar boas colheitas, filhos sadios, entre outras práticas. E do Paganismo surge a Bruxaria em si, como Religião organizada e estruturada em graus iniciáticos, devido à influência de certas sociedades secretas da renascença e do iluminismo francês. A Wicca é apenas uma das vertentes da Bruxaria e tem base nas antigas crenças dos celtas, um antigo povo nômade que vivia na região que hoje é a Grã-Bretanha, França, Itália, entre outros países europeus.
Como em inglês a palavra “Bruxaria” é traduzida como witchcraft (Arte da Bruxa), os Bruxos muitas vezes se referem à Bruxaria simplesmente como “A Arte”.
A Arte é uma Religião muita bem organizada e sistematizada, sendo que nela abolimos a prática de sacrifícios de animais, que eram freqüentes na Feitiçaria e na Magia medieval. E é muito difícil explicarmos em palavras o que é Bruxaria, principalmente após séculos de banalização e superstição em cima desse assunto.
A palavra Wicca deriva do inglês arcaico wicce ou do saxão wich, que significam “girar, dobrar, moldar”. Porém vemos corruptelas desse termo em diversos outros idiomas, sempre expressando algo relacionado à Magia.
A Arte pretende celebrar os ciclos da Natureza e busca sua inspiração nas religiões pré-cristãs de culto à Deusa, nas celebrações dos ciclos anuais das colheitas, ao culto do Deus fertilizador da Terra e várias outras expressões religiosas primitivas e naturais.
Não temos ligação alguma com praticas orientais, africanas ou indígenas, embora convivamos bem com todas as religiões, pois todas têm ensinamentos maravilhosos a nos dar.
Hoje a Bruxaria é uma Religião legalizada e muito pouco conhecida entre os brasileiros, até porque muitos ouvem falar em Bruxas e pensam ser elas apenas coisa de contos de fada. Já outras a associam com práticas de adoração ao demônio, o que chega a ser engraçado, já que não acreditamos nele. E mesmo assim, ainda sofremos com o preconceito dos desavisados.
Os Bruxos se reúnem em assembléias locais, chamadas de Covens, sendo muitas vezes compostas por um número que varia de três a treze membros, os chamados Coveners. Números ímpares são ideais, mas não é uma regra geral, tanto que existem Covens com trinta, quarenta e até mais de cem membros em algumas regiões metropolitanas de São Paulo.
A palavra “paganismo” tem sido muita estigmatizada durante os séculos que se passam. O pagão é sempre associado a festas bacanais, cultuando o lema “sexo, drogas e rock’n’roll”, enfeitiçando meio mundo para alimentar suas supostas mentes perturbadas. O fato de celebramos a vida, faz a imagem do pagão ser deturpada em algo desse gênero, o que até chega a ser engraçado.

Outros estigmas associados a nós são:
1- vestem-se de preto
2- andam sempre sorumbáticos
3- usam drogas
4- as mulheres são promíscuas
5- idolatram o demônio.
6- os homens são afeminados, já que idolatram uma deusa.
7- só querem ser diferentes.
8- gastam dinheiro à toa, comprando Bruxinhas, gnomos, duendes.
9- são feios, nerds e geeks
10- (e o meu preferido) Adoram Paulo Coelho.

Não há uma relação hierárquica sólida entre os Bruxos, como existe em outras religiões. Nos rituais dos Covens existem aqueles que conduzem as celebrações e falam em nome dos Deuses: são o Sumo Sacerdote e a Suma Sacerdotisa, mas eventualmente cada Covener acaba assumindo esse papel uma vez ou outra. O Sacerdócio wiccano é cíclico e não há distinção oficial entre os Sacerdotes e a grei.
Na Arte, todos participam igualmente em rituais do Coven, ao contrário da maioria das religiões ocidentais, em que as pessoas se sentam e alguém as dirige. À vontade de todos os envolvidos é o que gera o poder do ritual, o qual é guiado para um fim específico focado pelos Coveners. Assim o poder se manifesta.
Os rituais praticados na Arte têm a intenção de serem meios para entrarmos em contato com nossa divindade interna e com as forças criadoras do Universo, para que possamos tornar nossas vidas mais equilibradas e plenas de alegria.
Além dos Bruxos que participam de Covens, há aqueles que já nascem em uma família de Feiticeiros, e que são chamados Bruxos Hereditários. Eles têm práticas próprias dentro da família, cultuam seus ancestrais e tem, muitas vezes, seus próprios mitos e histórias a contar. Não tem um número máximo ou mínimo para o total de membros e também nem todos na família sentem vontade de manter as Tradições, pois a Arte é algo que não toca no coração de todos.
E por ultimo, e não menos importantes, existem os Bruxos Solitários, que pelo fato de não acharem um Coven para de afiliarem, ou, por não quererem se afiliar, escolhem um caminho próprio e praticam sues rituais da forma que querem, sem seguir necessariamente as fontes tradicionais da Arte. Os solitários são mais espontâneos, mas muitas vezes isso pode acarretar em mau uso do seu poder pessoal, pois um treinamento mágicko e teológico sempre é mais vantajoso na hora de fazer um ritual corretamente.
Algumas Tradições da Arte são Herméticas (fechadas), como os Hereditários, e outras dividem seus conhecimentos com os não iniciados (ou cowans). A Wicca Gardneriana é hermética, mas com o passar dos tempos os seus ensinamentos foram divulgados, mas todo cuidado é necessário, pois o conhecimento deve ser usado para a evolução da raça humana, e não para fins egoístas.
A Arte, de uma forma geral, ergue-se sobre três conceitos básicos:

· O culto à Deusa Mãe e ao Deus Pai
· A crença na Reencarnação
· O conhecimento e uso da Magia[1]


A Bruxaria não vê o Divino como algo distante, o Deus e a Deusa representam a polaridade criadora do Universo e ambos estão dentro de nós. Eles se manifestam em toda a Natureza, e como nós fazemos parte da Natureza, somos parte do corpo deles. Os Deuses são iguais, calorosos, afetuosos, e não estão separados da humanidade, ou seja, não moram num “Paraíso” nos confins do Universo, mas estão onipresentes em cada átomo existente no Cosmos. Podem ser tocados e sentidos, assim como vemos o Sol e a Lua e assim como tocamos a Terra. Os wiccanos, que são os praticantes da Wicca, vivem tudo isso no dia-a-dia.
Os Bruxos procuram reviver o culto à Deusa e ao Deus, que na Tradição celta, representavam as duas forças cósmicas primárias veneradas e invocadas em seus rituais. Mas Ela, a Grande Mãe, é mais cultuada pelos Bruxos modernos, pois a Bruxaria é uma Religião matrifocal. Já que a Wicca é uma Tradição focada na Natureza, os wiccanos acompanham um calendário litúrgico em suas práticas rituais, que se baseia nas mudanças que ocorrem através das estações do ano e dos ciclos lunares. Ao todo são 21 rituais anuais: 13 Esbbaths (rituais de Lua Cheia) e 8 Sabbaths (rituais sazonais).

Sexualidade Sagrada na Grécia Antiga




Como era a vida sexual de nossos ancestrais? E se eu te dissesse que ser heterossexual antigamente era antiquado? Quer saber mais? Leia esse texto acadêmido traduzido por mim do livro Searching Sex behind the Occult, de Gordon Wellesley. Boa leitura and open ur mind:




“A proliferação das diversas religiões e seitas ocorria num clima de tolerância religiosa e nunca foi motivo de conflito serio. As seitas apropriavam-se das crenças e praticas umas das outras, da mesma forma que os países adotavam os deuses de outras nações.




Talvez seja desnecessário acentuar hoje em dia que a homossexualidade nunca foi considerada uma prática repreensível pelos gregos, ou que a palavra “pederastia”, no sentido de amor de adolescentes, tenha sido usada com um sentido pejorativo. Os gregos viam estas relações com respeito e, em certas classes da sociedade, eram incentivadas pelo Estado por razoes éticas e sociais.




Mas um fato menos conhecido é que, enquanto a sensualidade e estética eram elementos importantes nestas relações, havia outros de caráter nitidamente religioso. Um dos mais profundos foi citado por Bethe em seu estudo The Doric Love of Boys. A inclinação que os gregos tinham por essa modalidade de amor é explicada pela suposição de que no ato sexual as virtudes do amante eram transferidas para o amado. Acreditava-se que isto acontecia fisicamente na transmissão do sêmen, que continha em si a essência da alma, razão pela qual o ato sexual era necessário. Esta explicação de caráter metafísico emprestava, aos olhos dos gregos, uma dignidade ao ato homossexual que nunca mais encontramos nos disfarces e alusões dos séculos posteriores. A explicação refuta igualmente a sugestão de que a homossexualidade era para os gregos apenas uma forma de prazer sexual.




O amor sensual que os gregos manifestavam pela beleza masculina explica-se mais facilmente quando lembramos que, como todas as civilizações da Antiguidade, o mundo grego era essencialmente uma criação masculina no qual o ideal da feminilidade era a mãe e a esposa perfeitas. Quando os gregos afirmavam que o corpo humano nu era o objeto mais belo da criação, o corpo a que se referiam era o masculino. O do rapaz e, para ser mais exato, o que tinha atingido a puberdade. No clima do Mediterrâneo, esta idade variava entre doze e treze anos. Como disse Stratton: “O desabrochar do menino de doze anos me dá alegria, mas muito mais desejável é o menino de treze anos. O adolescente de quatorze anos é uma flor inda mais doce dos Amores, e ainda encantador é o que acabou de fazer quinze anos. O décimo sexto ano pertence aos deuses, e desejar um adolescente de dezessete anos não me cabe por sorte, mas unicamente a Zeus.”




A arte e a literatura gregas demonstram claramente a beleza, a graça e o encanto não apenas dos meninos, como também dos homens e mulheres, da infância à idade adulta. Estas obras revelam que o ideal de beleza do homem adulto era uma masculinidade esplendida reunida à graça. E como os gregos não apenas exaltavam a beleza, mas faziam o possível para torná-la parte de sua visa diária, o atletismo e os ginásios eram instituições importantes. Os edifícios e as pistas, os banhos, os campos de treinamento e outras praças de esporte construídas para jovens, chamavam a atenção dos poetas, dos filósofos e de homens de muitas outras atividades que contribuíram com seus conhecimentos. As façanhas dos atletas de renome, juntamente com a beleza física, era o tema constante das conversas. Hans Licht, ao escrever sobre o palaestra, o campo principal dos jogos e exercícios, observou: “À beleza física dos meninos, rapazes e homens, desenvolvida harmoniosamente pelos exercícios físicos regulares, acrescentava-se a observação diária das obras de arte numerosas… nenhum ginásio ou palaestra deixava de ter um altar ou estatua de Eros; assim, a visão diária da beleza masculina mais perfeita conduzia naturalmente ao amor homossexual que animava o povo inteiro”.




Para Afrodite, os amantes eram sempre amantes, independentemente da natureza de suas relações, e foi em sua intenção que Safo dirigiu sua suplica mais pungente na dor de um amor não correspondido por uma moça.



Embora em Atenas a palaestra não fosse um local para moças, em quase todas as outras partes da Grécia e, universalmente, nos Estados dóricos, as jovens competiam e exercitavam-se tão livremente quanto os rapazes e na mesma condição feliz da nudez completa.




Entretanto, a nudez não era um costume geral. Ela se limitava ao atletismo, às danças publicas, às cerimônias e procissões religiosas. Quando as roupas eram incomodo, como durante os jogos, os gregos preferiam não vestir mais nada do que apenas cobrir pudicamente os órgãos genitais- o biquíni de hoje talvez lhes parecesse provocador e deselegante. Quando a nudez acentuava o valor estético da ocasião, ela era incentivada. Mas a nudez em vista de um efeito puramente erótico não era aprovada na vida social de todos os dias e podia ser severamente punida.




A moda, naturalmente, reservava sua palavra e já que a nudez não era aceita socialmente, conseguiu ter um efeito ainda mais provocante. A transparência das túnicas das outras vestes levou o escritor Luciano a dizer que as roupas de um tecido tão fino quanto teias de aranha são apenas um pretexto para encobrir a nudez completa. E Sêneca, o moralista romano, fez um comentário mais severo: “vejo vestes de seda…..se é que possam ser chamada s vestes, cobrindo as mulheres, mas elas dificilmente podem afirmar, com a consciência, honesta, que não estão completamente nuas. Estas vestes são importadas por um preço absurdo… e a verdade é que as mulheres não tem mais nada a mostrar a seus amantes na intimidade do quarto do que fazem nas ruas.”




Por mais que a nudez fosse habitual a todas as pessoas nas ocasiões apropriadas, as moças e mulheres, que participavam dos jogos e praticavam exercícios ao lado dos rapazes na palaestra completamente nuas, não podiam presencias os exercícios dos homens em Atenas ou assistir à grande Olimpíada. Talvez isso fosse devido à solenidade religiosa da ocasião. A partir de 776 a.C. as Olimpíadas se tornaram um acontecimento nacional e durante os cinco dias que duravam as festas, os gregos observavam religiosamente um período de tréguas, denominadas Tréguas de Deus. As lutas e as guerras eram interrompiodas enquanto os homens disputavam competições para receberem como premio coroas de folhas de oliveira, o antepassado poético das coroas de louro que existem ate hoje. Pindaro, o grande poeta grego, observou: “Uma vitória nas Olimpíadas tinha mais valor para os helenos do que um triunfo militar para um general romano.”




Alem do amor e da beleza, da sensualidade franca e do exemplo dos deuses, havia ainda o costume descrito por Licht: “Os homens atraiam para a sua intimidade algum adolescente ou rapaz e agiam como seu conselheiro, protetor e amigo, educando-o nas virtudes masculinas… Esse costume era tão tradicional nos Estados dóricos que era considerado uma violação do dever quando um homem não tomava um adolescente para educar; os adolescentes, por sua vez, malvistos se não fossem homenageados pela amizade de um homem. O adulto era responsável pelo tipo de vida que o rapaz levava, e participava com ele dos elogios e das criticas”.




Os espartanos, que eram os protótipos do espírito de luta e de resistência, sacrificavam a Eros antes dos combates porque “estavam convencidos de que na camaradagem de um par de amigos que lutam lado a lado está a segurança e a vitória”. Ou, como comentou Platão: “O homem que ama terá vergonha de abandonar seu posto ou atirar para longe suas armas na presença do seu favorito, e prefere mil vezes morrer combatendo”. A história de fato nos mostra que os amigos morriam freqüentemente juntos. A elite do exercito tebano era o “grupo santo” de trezentos homens que estavam unidos pelos juramentos da amizade e da fidelidade. Esses combatentes ocupavam sempre o lugar de honra na linha de frente, e eram invencíveis até a derrota de Queronéia infligida pelo rei Filipe da Macedônia. Terminada a batalha, todos os trezentos homens estavam mortos com o rosto voltado para as linhas inimigas. Mas tarde, o “grupo santo” renasceu, e liderou o exercito tebano que enfrentou sozinho as tropas de Alexandre até ser inteiramente destruído. Eles haviam prestado seu ultimo juramento de fidelidade junto à sepultura de Iolau, o adolescente que foi amado pelo mais forte dos heróis gregos, Hércules.




Havia, naturalmente, alguns outros aspectos menos admiráveis da homossexualidade na Grécia. Podia ser infame, libertina e comercializada. Havia homens que se prostituíam e bordeis masculinos. Um adolescente bonito podia se tornar o favorito e corrompido de um protetor rico, como acontece hoje em qualquer parte do mundo. Havia casos também em que os jovens eram utilizados em cerimônias religiosas com propósitos ímpios.”

Fim…………………………………..


No próximo post dessa série, pretendo postar mais sobre tribadismo (homossexualidade feminina) na Grécia Antiga, alguns poemas sáficos e lenha na fogueira pra quebrar alguns tabus.

Para saber mais, visite:
http://www.homoerotimuseum.net/wel.html
http://www.eroticartcollection.com/_Homoerotic_Art.html
http://www.androphile.org/
http://www.tomoffinlandfoundation.org/

O que é Bruxaria - Parte II de III



A Wicca, ou Bruxaria Moderna é inspirada nas tradições das Tribos célticas que viviam na Europa antes do cristianismo. Nossas práticas foram em parte recuperadas e em parte criadas por Gardner no ano de 1940. Mas as origens das crenças wiccanas podem ser encontradas no período neolítico entre os povos da Irlanda, Inglaterra, País de Gales, e até da França e da bella Itália. Por isso, a ritualística wiccana é baseada na espiritualidade celta.
Na Bruxaria, o domínio do Sagrado Feminino não é um contraste com o masculino cristão. “Deus” é um termo sem gênero, quem põe gênero nele é a gramática e as pessoas de modo geral. É tudo uma questão de sintaxe, o que não ocorre em inglês, por exemplo.
Gardner afirmava que “ninguém chega ao Deus, senão pela Deusa”. Isso quer dizer, de forma simbólica, que as religiões patriarcais do ocidente causaram um desequilíbrio nas nossas energias, que só podem ser harmonizadas através do reconhecimento do principio feminino da divindade. Pelo equilíbrio perfeito das polaridades, surge o que os Magos antigos chamavam de Andrógino Divino, o que tem Corpo e Espírito unificados com o Criador.
Por cultuarmos o Sagrado Feminino, ainda hoje há a crença de que Arte seja uma Tradição puramente feminista, e até mesmo na Idade das Trevas da Inquisição, 80% das pessoas condenadas ás fogueiras eram mulheres. Mas essa crença é ancestral, e deriva do poder da Bruxa de trabalhar com as forças geradoras da vida, pois somente a mulher pode gestar uma criança. Fora o fato de ela sangrar de acordo com as fases da Lua e produzir leite, que causava temor e reverencia nos homens, levando-os à conclusão lógica de que o poder criador do Universo só poderia ser feminino.
Na Nova Era de Aquário, a Bruxaria vem tornando-se igualitária e todos ouvem o chamado da Grande Mãe um momento ou outro na sua vida, cabendo a cada um aceita-lo ou não. A Bruxaria é uma Religião fundamentada no equilíbrio, e obviamente um movimento feminista ou machista não está fundamentado nisso. Através de nossas práticas, procuramos resgatar o Sagrado Feminino e compreender o Sagrado Masculino. Graças à Nova Era de Aquário, muitos homens e mulheres estão sendo levados a restabelecerem a ligação com os mistérios da vida e da Magia. Alguns Covens são exclusivamente femininos, outros masculinos, e a maioria, graças aos Deuses, são mistos.
Os Bruxos jamais ignoram o mundo físico em prol do mundo espiritual, pois somente através da Natureza podemos experimentar as realidades superiores do Universo. Na Arte não há o conceito de que a matéria seja menos pura que o espírito, pois todo o Universo faz parte do corpo dos Deuses, e a única diferença entre os dois é que a matéria é a mais densa energia e o espírito a mais sutil nas energias.
O amor à Terra a tudo que nos cerca tem feito muitos ecologistas serem Bruxos mesmo sem o saberem, e muitos Bruxos hoje buscam movimentos de proteção ambiental, como o Greenpeace e a WWF, entre outros. Respeitamos o planeta como um ser vivo que assegura nossa própria existência. Não subjugamos nenhuma forma de vida, pois todos somos uma grande fraternidade ao olhar da Grande Mãe.
As forças da Natureza são evidentes, mas há assim alguma coisa nela, cuja identidade não conhecemos ainda. O Bruxo busca entender essas Leis. A Arte então cumpre com dois papéis muito importantes, que são o do resgate do sagrado feminino e o do sentido ecológico, pois o Bruxo compreende que todos fazemos parte da Natureza também.
A crença na Reencarnação não é algo novo existia em todas as religiões antigas. Para aqueles que pensam de acordo com o catecismo cristão, a Reencarnação é absurda. Mas, voltando na história, o Catolicismo original acreditava na doutrina da Reencarnação (ou metempsicose) e só foi no Concílio de Nicéia, em 325 d.C., que tal crença foi abolida, pois não era conveniente para o clero que os cristãos soubessem que de todos os atos eles haveriam de prestar contas aqui na Terra. Abolir a crença na Reencarnação era o mesmo que fortalecer o fanatismo religioso, pois só haveria uma vida para a suposta “salvação”, caso contrário um “deus” cheio de ira os mandaria a um lugar cheio de sofrimento eterno, chamado inferno.
Pensar assim é o mesmo que pensar na vida como algo sem sentido. Deus realmente mandaria todos os indígenas, hindus, chineses, maometanos, judeus, budistas e outro tantos bilhões de pessoas ao inferno por não consentirem com tais dogmas? Deus é Amor!
A Bruxaria não é e nunca foi uma Religião dogmática, tanto que os Bruxos não precisam acreditar em todos os ensinamentos da Arte. Mas falta de dogma não quer dizer falta de ética. Quem afirma que a Magia não se baseia em Leis Ocultas, está negando os conhecimentos básicos da Bruxaria. Você até pode seguir um caminho pessoal (pragmático), desde que esteja ciente das Leis pelas quais a Magia se processa. No entanto, só há uma leia seguir, que é a de não prejudicar a ninguém.
Muitos Bruxos nem sequer acreditam em Reencarnação. Na verdade, não há importância em crer ou não nisso, o fato existe por si só. A crença na Reencarnação só é desenvolvida através de muita reflexão sobre os mistérios da vida após a morte, sobre os fenômenos de dèja vu e aparições de seres incorpóreos, embora a Bruxaria nem sempre se fundamente em visões de seres desse tipo.
Alguns Bruxos também não acreditam em predestinação. Isso até que é encorajado na Arte, pois você deve ter o domínio da sua vida e seu destino. Nós somos responsáveis por todos os nossos atos e jamais colocamos a culpa nos outros por nossos próprios defeitos. Colocar a culpa numa entidade demoníaca seria mais fácil, mas como não acreditamos no Diabo, devemos nos deparar com a realidade nua e crua: de todos os nossos atos haveremos de prestar contas.
E é realmente interessante deixar bem claro esse assunto: Bruxos não adoram (e jamais adoraram) o Diabo. A Bruxaria, por ser muito antiga, não pode ser associada a uma crença maniqueísta do universo.
Maniqueísmo é a filosofia pregada pelo filosofo persa Maniqueu, no século III, e que se baseia na visão dualista do universo, em que matéria representa o mal e o espírito representa o bem. Ou seja, o maniqueísmo acredita no bem e no mal absolutos, o que é um conceito muito simplista de Deus, pois não existe o bem ou mal absoluto. O que é bom para uns, pode ser péssimo para outros. Por exemplo, pode até parecer meio sinistro, mas o lucro de uma casa funerária depende da morte luxuosa de alguém, e, muitas vezes, para que alguém consiga um emprego, uma outra pessoa vai ficar desempregada. O mundo é baseado em polaridades, mas elas são complementares, e não separadas em cantos opostos.
Na Arte, por termos crenças pré-cristãs, não acreditamos na figura de Jesus como sendo a do próprio Deus, por isso não podemos aceitar no anticristo como sendo seu oposto. Cristo e anticristo são conceitos modernos e, portanto, fora das crenças antigas da Bruxaria.
É também válido falar que não comemos criancinhas cozidas, não recitamos orações invertidas, não cuspimos em cruzes, não utilizamos hóstias da igreja em nossos rituais e muito menos profanamos a imagem de Jesus, que, aliás, respeitamos muito (assim como respeitamos a todas as religiões).
Só existem dois pontos em nossa vida que não podem ser modificados, pelo menos enquanto não tivermos alcançado um certo nível de evolução, e esses dois pontos são o Nascimento e a Morte. Entre esses dois pontos, todas as nossas ações fluem livremente e, às vezes, elas geram certas reações que podem ser previstas através de métodos oraculares (como o Tarot) e modificadas com outras ações, ou até mesmo com Magia.
Após a década de 40, no período pós-guerra, muita gente foi buscar a fonte da espiritualidade no oriente, com praticas de meditação budista e iluminação espiritual que (aparentemente) as religiões ocidentais não ofereciam. Na verdade, o que houve com as religiões ocidentais foi a interpretação errada dos livros sagrados, e, conseqüentemente, uma sensação pavorosa de afastamento de Deus. A Bruxaria, por ser uma tradição ocidental, é mais fácil de ser assimilada por ocidentais. Mas isso não significa que somos melhores ou maiores que alguém, só compreendemos plenamente o simbolismo de nossas práticas.
O que ajudou no processo de legalização da Bruxaria também foi o fato que já em 1921, a Dra. Margaret Alice Murray publicou O Culto das Bruxas na Europa Ocidental, o que conscientizou os ingleses a respeito dos direitos humanos e liberdade de culto. E para mudar a idéia de que as Bruxas adoravam o demônio, em 1931 ela também publica O Deus das Feiticeiras. Essa foi a origem da Wicca.
Adentrando ainda mais na Wicca, podemos ver que o Lema Wiccano é fácil: “Sem a ninguém prejudicar, faça o que desejar”. Há quem diga que o nosso lema deriva do lema do Mago inglês Aleister Crowley, amplamente difundido por Raul Seixas e Paulo Coelho na música “Sociedade Alternativa” e na célebre música “Mr. Crowley”, de Ozzy Osbourne. O lema dele era: “Faça o que tu queres, pois é tudo da Lei”. Até podemos ver certa semelhança, mas Gerald Gardner modificou o lema para seus próprios propósitos wiccanos.
O Lema de Wicca refere-se tanto ao fato de você não prejudicar aos outros, quanto ao fato de não prejudicar a si mesmo. Somente assim, respeitando seu próprio corpo, assegura-se que o você estará bem para botar a mão na massa e fazer do mundo um lugar cada vez melhor para se viver.
Alguns Magos até mesmo dizem que o termo Wicca foi criado por Gardner e seu amigo Crowley para popularizar a Thelema, a Religião egípcia fundada por Crowley, mas nada disso é confirmado, sendo provado apenas que Crowley sempre esteve ligado aos bastidores dos Covens da Wicca Gardneriana.

Plantas de Poder - Uma breve explanação Xamânica

Enteógenos sempre foram um assunto polêmico dentro do ocultismo. No xamanismo, onde são utilizadas tais plantas, são mais conhecidas como enteógenos, ou seja, plantas “que tem Deus dentro”. Dentro do Hermetismo Tradicional, na verdade as plantas de poder não tem divindades dentro de si, e sim elementais poderosíssimos e, porque não, Devas (anjos da natureza). Esses seres destravam os portais de nossa percepção e nos fazem adentrar em reinos inóspitos, ermos ou superhabitados.
Plantas de poder podem ser utilizadas de várias formas, desde defumações (caso da cannabis), ingeridas (como a ayahuasca) ou aspiradas (como a virola dos pajés). Algumas linhas de pensamento não são a favor do uso de tais preciosidades naturais, como a Teosofia, a Eubiose, entre outros movimentos, mas é de se lembrar que os maiores magos da História mundial sempre utilizaram a sabedoria que as plantas de poder tem a nos ensinar, como o inglês Aleister Crowley, Papus, Alex Sanders, Gerald Gardner, Aldous Huxley, PJ Carrol, Lewis Carrol, Oscar Wilde, entre outros.
Abaixo uma pequena lista introdutória sobre os principais enteógenos utilizados pelo modernos xamãs:


Amanita muscaria

É um cogumelo vermelho com manchas brancas, amplamente usado pelos Xamãs siberianos. Alguns estudiosos chegam mesmo a afirmar que o amanita é o próprio Soma dos hindus, o elixir divino da imortalidade, de tão forte que são os ensinamentos passados pelo elemental dessa planta. Seu princípio ativo é o muscanol, também conhecido como Muscimol.

Ayahuasca (Banisteriopsis caapi com Psychotria viridis)

Essa é a síntese de todas as bebidas sagradas da América pré-colombiana, e foi muito utilizada em rituais incas e amazônicos. o nome ayahuasca vem do idioma quíchua(o idioma dos incas), e significa liana dos espíritos. Essa bebida é o fruto da decocção do cipó Jagube (Banisteriopsis caapi) e da folha Rainha, que também é conhecida como chacruna (Psychotria viridis). A poção resultante é conhecida por vários nomes em toda a América Latina, entre eles yagé, caapi, nixi honi xuma, vegetal, daime, vinho da alma, pequena morte, vinho dos mortos, etc. Hoje o uso da ayahuasca é legalizado em vários países latinos, inclusive no Brasil, pois estudos científicos da USP provaram que não há contra-indicações quanto ao seu uso, e esse mesmo respaldo cientifico faz com que a cada dia se descubra mais sobre os efeitos psicológicos, medicinais e (até) cosméticos da ayahuasca.
As religiões que administram a ayahuasca no Brasil são três: o Santo Daime, a União do Vegetal (UDV) e a Barquinha. Os rituais são cantados com o auxílio de instrumentos xamânicos de percussão, e o chá é administrado aos poucos, mesclando elementos do Xamanismo, do Cristianismo e da Umbanda. O seu princípio ativo é o DMT (dimetiltriptamina) e é usada para trabalhos psicológicos em momentos em que precisamos de respostas para questões filosóficas. Fora que a ayahuasca muitas vezes conduz á projeção astral, pois ela desata as amarras que prendem nosso corpo astral ao físico por alguns momentos, e de forma segura. Essa bebida é uma das plantas sagradas da Loja Branca na Terra.

Cannabis sativa

É uma planta asiática de onde se extrai o haxixe e o kief, muito utilizada nos rituais Rastafari da Jamaica. Uma outra espécie da mesma família é usada pelos hindus, a Cannabis indica que é fumada como tabaco por eles, sob a forma de haxixe. Foi chamada pelo sábio Salomão de cálamo, e no Santo Daime é conhecida como Santa Maria. Hoje é usada pelos africanos e asiáticos como defumador em trabalhos de concentração e exorcismos.
No livro Paraísos Artificiais, o escritor gótico Baudelaire fala que essa planta embriaga a alma, devolvendo o verbo divino ao ser humano, que entra em contato com aquela parte secreta dele mesmo (o H.G.A). O kief, alem disso, propiacia viagens astrais reais, mas só sob a forma de defumações.
Nunca deve ser fumada, pois seus efeitos podem ser nocivos à mente, já que seu princípio ativo, o THC, conduz ás regiões do Baixo Astral.

Coca (Erythroxylon coca)

Não confundir com a bebida de mesmo nome, nem com cocaína, que são apenas derivados dessa antiga planta sagrada. A cocaína é o princípio ativo dessa planta, mas a planta em seu estado natural não apresenta os terríveis danos à saúde que a cocaína traz.
No Peru, a coca é a síntese das plantas de poder, e suas folhas eram utilizadas por sacerdotisas incas em trabalhos divinatórios. Geralmente suas folhas são usadas na forma de chá, mas é melhor que sejam mascadas ritualmente com a resina lifta, pois dessa forma nos dá força e propicia desdobramentos astrais.
A coca usada em doses corretas, age como poderoso condensador de forças vitais. Mas está entre uma das mais prejudiciais do reino vegetal.
Os peruanos, ao mascarem coca, conseguiam trabalhar em minas por mais de 12 horas seguidas, suportando os piores fardos, mas aqueles que faziam disso um hábito eram levados ao túmulo em menos de três anos. Tanto que o segundo concílio de Lima condenou o seu uso em 1567, embora ela seja livremente usada hoje no Peru, principalmente nas longas jornadas à sagrada cidade de Machu Picchu. Se as folhas de coca não forem usadas em doses homeopáticas, o usuário acaba por abrir a porta de um reino de espíritos do baixo astral que acabem por se alimentar da energia vital contida no sangue, esvaindo-se a vida em pouco tempo.
Seu elemental é a poderosa Cocamama.

Jurema negra (Mimosa hostilis)

Também conhecida como espinheiro-preto, a Jurema é uma planta preparada em forma de bebida ritualística no Nordeste brasileiro, nos rituais do Catimbó e nas pajelanças. É feita com a maceração de suas cascas e raízes e água, vinho ou cachaça, acrescidas de alguns elementos secretos, de onde se origina o famoso Vinho de Jurema. Seu principio ativo também é o DMT, mas de forma mais leve, conduzindo ao transe e a visões astrais, onde podemos travar contato com os pajés de outrora.

Peiote(Lophophora williamsii)

É um cacto sagrado muito utilizado pelos brujos (bruxos mexicanos) e pela Igreja Nativa Americana, que usam o antigo costume apache de mascar os botões desse cacto. Ele foi utilizado em rituais sagrados em toda a América pré-colombiana (por maias, astecas e incas). O peiote ficou muito conhecido como mescalito, devido às obras do escritor Carlos Castañeda sobre Brujeria. O mescalito é o elemental que habita essa planta sagrada, cujo princípio ativo da planta é a mescalina, conduz o usuário a dimensões paralelas tão reais e palpáveis quanto o nosso plano físico. O mescalito é uma Aliado, ou seja, um mestre elemental que tem o papel de nos ensinar os mistérios da natureza, desde que estejamos preparados para passar nas suas diversas provas e armadilhas sinistras. Ele chega a ser rude em alguns momentos, mas pode ser tão amável quanto um unicórnio domado por uma Virgem. De tão real que é o êxtase provocado pelo peiote, os efeitos começam imediatamente após masca-lo e cessa horas depois, de uma vez só.
No próximo post discuto a filosofia das plantas de poder e acrescento mais lenha (ou enteógenos) na fogueira:

San Pedro
Stropharia Cubensis
Tabaco
Teonanacatl
Virola
Paricá
Salvia divinorum
Jurema Preta
Tabernanthe iboga
Anadenanthera colubrina
Bufo alvarius
Ipomoea tricolor
Argyreia nervosa
Rivea corymbosa
Kava
Nymphaea caerulea
Datura
Myristica fragans

História da Antiga Religião


A palavra “Feiticeira” sempre me liga aos tempos antes do tempo, quando nossos mais remotos ancestrais viviam conectados com os ciclos da Terra, buscando acessar esse conhecimento dentro de si e nas folhas das árvores, na brisa da noite, na Grande Mãe Terra. Uma Era onde o conhecimento era transmitido de Mãe à filha, uma época onde os Anciões eram venerados e respeitados como símbolos da Sabedoria, e suas palavras iluminavam o Espírito. À noite, a família se reunia ao redor da fogueira ou da chama sagrada da lareira, onde as mulheres e os anciões contavam seus mitos e ensinamentos, passados através de insondáveis gerações de boca a ouvido, de mestre a discípulo e da Natureza aos nossos corações. E querendo ou não, a palavra “Bruxa” evoca pelo menos um desses sentimentos até no mais cético dos corações.
Ao exercitarmos nossa Magia, evocamos aquela aura de mistério ritual, inerente à ampla divulgação da imagem da velha Feiticeira fazendo uma poção em volta de um caldeirão borbulhante e recitando palavras numa língua morta ou incompreensível. Pura fantasia? Ou será que por trás dessa imagem há segredos ocultos?

A origem da Palavra witch (Bruxa)

Há diversas opiniões sobre a origem da palavra inglesa witch (Bruxa). Alguns afirmam que ela deriva de wisen, que pode significar tanto “Alma” quanto “Saber”, ou seja, a sabedoria anímica. Witch também pode derivar do anglo-saxão antigo wicca ou wicce, que designam o Bruxo e a Bruxa (respectivamente), e refere-se a um (a) vidente, ou aquele (a) que pode prever o futuro por meio da Magia. Essa foi a origem do termo Wiccacraft, que significa a “Arte dos Sábios”, tendo a palavra Wicca aí um sentido de “O Sábio”, pois o adivinho era sempre consultado para pressagiar decisões importantes do povo antigo, sendo ele um símbolo da Sabedoria e Inspiração Divina. E de Wiccacraft surgiu o termo inglês moderno Witchcraft, que é traduzido como “Bruxaria” ou “A Arte da Bruxa”. Wicca também é usada como uma tradução para “Bruxaria Moderna”, embora Wicca seja uma das inúmeras Tradições de Bruxaria existentes na atualidade.
As palavras wych em saxão, e wicce em inglês arcaico significam “girar, dobrar, moldar”. Isso está em pleno acordo com os propósitos filosóficos da vida de uma Bruxa, pois nós giramos a Roda do Ano à medida que as estações passam. Nós dobramos as energias da Natureza e da humanidade para promover cura, crescimento pessoal e vivificação da Mãe Terra como um todo. Também moldamos as nossas vidas e ambientes, em plena concordância com nossa Vontade, para que promovam as boas coisas da Terra.
Há quem acredite que a palavra Wicca derive de palavras germânicas arcaicas, como Vitega, Veitsga, Weissager e Wetekey, que significam “profeta”. Há também historiadores que afirmam que a palavra certa é Witta, mas a Witta hoje em dia de refere a um ramo irlandês da Arte.
Talvez a mais antiga origem para a moderna palavra witch seja o radical indo-europeu wic, ou weik, que também significa “dobrar” ou “moldar”. Mas também pode ter origem na antiga raiz germânica wit - sabedoria, astúcia, esperteza.
Em vários idiomas, o conceito por trás da palavra “Bruxo” (witch) fazia parte de uma infinidade de vocábulos para significar wise (Sábio) ou wise-ones (os Sábios). Em inglês, podemos ver isso claramente na palavra magic (Mago), o qual deriva do grego Magos e da palavra caldéia magusk. Ambas estas palavras significam “vidente”, “Feiticeiro” ou “Sacerdote”. Uma palavra substituta para Mago é a palavra wizard, que em inglês arcaico significa “o que sabe”. Podemos ver em várias línguas que “Bruxa” é a palavra encoberta nos termos comuns, cotidianos, para sabedoria, tanto que, em francês, a palavra parteira é sage-femme (mulher sábia), pois saga é também o nome que se dá a uma praticante da Arte.

OS TIPOS DE MAGIA

Bom, muito tem sido discutido sobre as diferentes tradições de magia, sociedades secretas e uma horda de sectarismos existentes no ocultismo. Mas tudo pode se resumir a três grandes categorias de Magia, existente em todos os pontos desse imenso planeta azul.

Hoje os praticantes da Arte dividem os tipos de Magia em três, a saber:




1º) Baixa Magia, que trabalha com as forças naturais e procura compreender os mistérios da Natureza. Aqui a palavra “Baixa” não indica inferioridade ou menos poder. A Baixa Magia trabalha com as forças abaixo de nossos pés, ou seja, com a Terra. Aqui podemos encaixar Bruxaria, que vê o Divino na fertilidade da Terra. E cabe lembrar que a Baixa Magia não é Magia Negra, pois a Magia Negra não existe. A Magia não é boa nem ruim, ela é neutra. É a pessoa que faz com que ela seja boa ou ruim. A magia é incolor, inodora e (algumas vezes) invisível. É bom tirarmos da nossa mente que a palavra “negra” é algo satânica, pois as coisas boas também podem ser negras, como o solo fértil que nos fornece alimento, o céu estrelado, o espaço infinito, o ventre de uma gestante. As coisas mais belas e a riqueza da Terra provêm das trevas, como o ouro, a prata e as pedras preciosas. É o poder da mente que transforma algo em bom ou ruim a Baixa Magia é panteísta, ou seja, acredita que Deus habita em toda a sua criação, desde o menor pedregulho de uma praia, até as formas vivas mais perfeitas.

Por sermos filhos da Mãe Terra e fazermos parte do corpo dela, nossas vidas devem ser prosperas e férteis. Nossos corpos têm todos os elementos que a Terra põe à nossa disposição.
Os autores mais tradicionais nessa linha são: Alex Sanders, Sirona Knight, Gerald Gardner, Laurie Cabot, Raven Grimassi, Max Freedom Long, Sir James Frazer, Robert Graves, Scott Cunhighan, Carlos Castañeda, Charles Leland, Lady Sheba, Sybil Leek, Janet Farrar, Stewart Farrar, Starhawk, Doreen Valiente, Margaret Murray e Raymond Buckland.



2º) Alta Magia, que faz uso de rituais e cerimoniais complexos, a fim de manifestar em si ou em algum alvo os poderes e inspirações do ser evocado pelo Mago. O objetivo pode ser trazer para si os atributos desse ser, como amor, coragem, beleza, etc. Pode-se prestar serviços de cura a outros ou prestar uma ação de graças a seres divino s. A Alta Magia é uma Tradição em si, a Tradição dos Magos, também chamada Teurgia ou Hermetismo. É um ramo mais elitizado da Magia, utilizando práticas mágickas judaico-cristãs, egípcias e greco-romanas principalmente. No ocidente a Alta Magia é representada por Tradições Herméticas (fechadas), como a Maçonaria, a Rosacruz, o Martinismo, a Igreja Gnóstica, a Ordem do Templo, entre outras ordens esotéricas.
Os autores mais tradicionais nessa linha são: Blavatsky, Annie Besant, Leadbeater, Papus, Eliphas Levi, Mestre Piobb, Agrippa, J.R.R. Abraão, Paschal Beverly Randolph, Frank G. Ripel, Anton LaVey, P.J. Carrol, Israel Regardie, Spencer Lewis, Marie Laveau (mãe do Voduísmo, foto ao lado), Fernandes Portugal, Pierre Plantard, Giordano Bruno, Frater U.´.D.´., Melita Denning, William G. Gray, Alexandra David Neel, Dolores Ashcroft Novick, Dion Fortune, Rama Prasad, Satya Sai Baba, Antonio Rodrigues, Gareth Knight, Paulo Coelho, H.P. Lovecraft, Robert North, Conde Cagliostro, Samael Aun Weor, Nicolal Flamel, Francis Barret, Rudolf Steiner, Vassariah, Henrique José de Souza, Swedenborg, Grigori Rasputin, Abramelin, Fulcanelli, Karl Kellner, Gregor Gregorius, Soliman ben Aifha, Osborn Phillips, Michael Bertiaux, Kenneth Grant, John Dee, Austin Osman Spare e Marcos Torrigo.



3º) Alquimia, que é o ápice dos sistemas de Magia, é o nível de suprema Visão Cósmica. Os Alquimistas também são chamados de Adeptos (ou Illuminati), pois eles já atingiram níveis superiores de Iniciação, são Mestres de Sabedoria, são Deuses caminhando sobre a Terra, pois já alcançaram o religar prometido pela Religião. Muitos são os que aspiram ser Alquimistas, mas pouquíssimos atingem tais alturas. Os Alquimistas transmutam o chumbo da ignorância no ouro da Perfeição, e todos os sistemas mágickos são ofuscados diante de tal poder. A Alquimia é um caminho pessoal (pragmático), nenhuma Religião conduz a esse nível, mas pode mostrar os pré-requisitos para o ingresso nos mistérios Iniciáticos dos sublimes Adeptos. As Tradições Herméticas mostram tais requisitos, mas a maior guardiã de tais ensinamentos no Ocidente é a Sociedade Teosófica, principalmente o seu grupo interno denominado Escola Esotérica.
Os mais célebres autores Alquimistas são: Dr. Krum Heller (Mestre Huiracocha), Dr. Jorge Adoum (Anjo Adonaí), Franz Bardon (Hermes Trismegistos), Dalai Lama, Aleister Crowley (Mestre Therion, foto ao lado), Paracelso, Jesus Cristo (Joshua Benpandira), Salomão, Conde de Saint Germain (Mestre Rackoczi), Fohi, Krishna, Confúcio, Lao Tsé, Maomé, Paramahansa Yogananda (Babaji), Martines de Pasqualy, Moisés, o Senhor Buda (Sidarta Gautama), Mestre Kuthumi e Mestre Morya.