Plantas de poder podem ser utilizadas de várias formas, desde defumações (caso da cannabis), ingeridas (como a ayahuasca) ou aspiradas (como a virola dos pajés). Algumas linhas de pensamento não são a favor do uso de tais preciosidades naturais, como a Teosofia, a Eubiose, entre outros movimentos, mas é de se lembrar que os maiores magos da História mundial sempre utilizaram a sabedoria que as plantas de poder tem a nos ensinar, como o inglês Aleister Crowley, Papus, Alex Sanders, Gerald Gardner, Aldous Huxley, PJ Carrol, Lewis Carrol, Oscar Wilde, entre outros.
Abaixo uma pequena lista introdutória sobre os principais enteógenos utilizados pelo modernos xamãs:
Amanita muscaria
É um cogumelo vermelho com manchas brancas, amplamente usado pelos Xamãs siberianos. Alguns estudiosos chegam mesmo a afirmar que o amanita é o próprio Soma dos hindus, o elixir divino da imortalidade, de tão forte que são os ensinamentos passados pelo elemental dessa planta. Seu princípio ativo é o muscanol, também conhecido como Muscimol.
Ayahuasca (Banisteriopsis caapi com Psychotria viridis)
Essa é a síntese de todas as bebidas sagradas da América pré-colombiana, e foi muito utilizada em rituais incas e amazônicos. o nome ayahuasca vem do idioma quíchua(o idioma dos incas), e significa liana dos espíritos. Essa bebida é o fruto da decocção do cipó Jagube (Banisteriopsis caapi) e da folha Rainha, que também é conhecida como chacruna (Psychotria viridis). A poção resultante é conhecida por vários nomes em toda a América Latina, entre eles yagé, caapi, nixi honi xuma, vegetal, daime, vinho da alma, pequena morte, vinho dos mortos, etc. Hoje o uso da ayahuasca é legalizado em vários países latinos, inclusive no Brasil, pois estudos científicos da USP provaram que não há contra-indicações quanto ao seu uso, e esse mesmo respaldo cientifico faz com que a cada dia se descubra mais sobre os efeitos psicológicos, medicinais e (até) cosméticos da ayahuasca.
As religiões que administram a ayahuasca no Brasil são três: o Santo Daime, a União do Vegetal (UDV) e a Barquinha. Os rituais são cantados com o auxílio de instrumentos xamânicos de percussão, e o chá é administrado aos poucos, mesclando elementos do Xamanismo, do Cristianismo e da Umbanda. O seu princípio ativo é o DMT (dimetiltriptamina) e é usada para trabalhos psicológicos em momentos em que precisamos de respostas para questões filosóficas. Fora que a ayahuasca muitas vezes conduz á projeção astral, pois ela desata as amarras que prendem nosso corpo astral ao físico por alguns momentos, e de forma segura. Essa bebida é uma das plantas sagradas da Loja Branca na Terra.
Cannabis sativa
É uma planta asiática de onde se extrai o haxixe e o kief, muito utilizada nos rituais Rastafari da Jamaica. Uma outra espécie da mesma família é usada pelos hindus, a Cannabis indica que é fumada como tabaco por eles, sob a forma de haxixe. Foi chamada pelo sábio Salomão de cálamo, e no Santo Daime é conhecida como Santa Maria. Hoje é usada pelos africanos e asiáticos como defumador em trabalhos de concentração e exorcismos.
No livro Paraísos Artificiais, o escritor gótico Baudelaire fala que essa planta embriaga a alma, devolvendo o verbo divino ao ser humano, que entra em contato com aquela parte secreta dele mesmo (o H.G.A). O kief, alem disso, propiacia viagens astrais reais, mas só sob a forma de defumações.
Nunca deve ser fumada, pois seus efeitos podem ser nocivos à mente, já que seu princípio ativo, o THC, conduz ás regiões do Baixo Astral.
Coca (Erythroxylon coca)
Não confundir com a bebida de mesmo nome, nem com cocaína, que são apenas derivados dessa antiga planta sagrada. A cocaína é o princípio ativo dessa planta, mas a planta em seu estado natural não apresenta os terríveis danos à saúde que a cocaína traz.
No Peru, a coca é a síntese das plantas de poder, e suas folhas eram utilizadas por sacerdotisas incas em trabalhos divinatórios. Geralmente suas folhas são usadas na forma de chá, mas é melhor que sejam mascadas ritualmente com a resina lifta, pois dessa forma nos dá força e propicia desdobramentos astrais.
A coca usada em doses corretas, age como poderoso condensador de forças vitais. Mas está entre uma das mais prejudiciais do reino vegetal.
Os peruanos, ao mascarem coca, conseguiam trabalhar em minas por mais de 12 horas seguidas, suportando os piores fardos, mas aqueles que faziam disso um hábito eram levados ao túmulo em menos de três anos. Tanto que o segundo concílio de Lima condenou o seu uso em 1567, embora ela seja livremente usada hoje no Peru, principalmente nas longas jornadas à sagrada cidade de Machu Picchu. Se as folhas de coca não forem usadas em doses homeopáticas, o usuário acaba por abrir a porta de um reino de espíritos do baixo astral que acabem por se alimentar da energia vital contida no sangue, esvaindo-se a vida em pouco tempo.
Seu elemental é a poderosa Cocamama.
Jurema negra (Mimosa hostilis)
Também conhecida como espinheiro-preto, a Jurema é uma planta preparada em forma de bebida ritualística no Nordeste brasileiro, nos rituais do Catimbó e nas pajelanças. É feita com a maceração de suas cascas e raízes e água, vinho ou cachaça, acrescidas de alguns elementos secretos, de onde se origina o famoso Vinho de Jurema. Seu principio ativo também é o DMT, mas de forma mais leve, conduzindo ao transe e a visões astrais, onde podemos travar contato com os pajés de outrora.
Peiote(Lophophora williamsii)
É um cacto sagrado muito utilizado pelos brujos (bruxos mexicanos) e pela Igreja Nativa Americana, que usam o antigo costume apache de mascar os botões desse cacto. Ele foi utilizado em rituais sagrados em toda a América pré-colombiana (por maias, astecas e incas). O peiote ficou muito conhecido como mescalito, devido às obras do escritor Carlos Castañeda sobre Brujeria. O mescalito é o elemental que habita essa planta sagrada, cujo princípio ativo da planta é a mescalina, conduz o usuário a dimensões paralelas tão reais e palpáveis quanto o nosso plano físico. O mescalito é uma Aliado, ou seja, um mestre elemental que tem o papel de nos ensinar os mistérios da natureza, desde que estejamos preparados para passar nas suas diversas provas e armadilhas sinistras. Ele chega a ser rude em alguns momentos, mas pode ser tão amável quanto um unicórnio domado por uma Virgem. De tão real que é o êxtase provocado pelo peiote, os efeitos começam imediatamente após masca-lo e cessa horas depois, de uma vez só.
No próximo post discuto a filosofia das plantas de poder e acrescento mais lenha (ou enteógenos) na fogueira:
San Pedro
Stropharia Cubensis
Tabaco
Teonanacatl
Virola
Paricá
Salvia divinorum
Jurema Preta
Tabernanthe iboga
Anadenanthera colubrina
Bufo alvarius
Ipomoea tricolor
Argyreia nervosa
Rivea corymbosa
Kava
Nymphaea caerulea
Datura
Myristica fragans
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